A revolução do conteúdo gerado pelo utilizador: Como aproveitar o poder da comunidade na criação de conteúdo

Nos últimos anos, a produção de conteúdo tem vindo a sofrer uma transformação significativa. Se antes as marcas assumiam o papel central na criação de campanhas e materiais promocionais, hoje assistimos à ascensão do conteúdo gerado pelo utilizador (CGU).

Esta tendência não é apenas uma moda passageira, até porque não é usada apenas agora, é uma revolução na forma como as marcas interagem com as suas audiências e como estas se envolvem com os produtos e serviços que consomem. Neste artigo, proponho-me explorar o impacto deste fenómeno e como as marcas podem capitalizar sobre o mesmo para fortalecer a sua presença e reputação.

A ascensão do conteúdo gerado pelo utilizador

O CGU abrange qualquer forma de conteúdo criado por consumidores ou utilizadores, seja em forma de fotografias, vídeos, comentários, avaliações, ou mesmo memes.

Plataformas como Instagram, Facebook e YouTube impulsionaram esta tendência, permitindo que qualquer pessoa se torne um criador de conteúdo em potencial. De acordo com um estudo recente da Statista, cerca de 82% dos utilizadores online contribuíram com algum tipo de CGU em 2024, desde simples likes e partilhas até à criação de vídeos originais.

Mas por que motivo o CGU se tornou tão relevante? A resposta está na autenticidade. As pessoas confiam mais em recomendações e experiências de outros consumidores do que em mensagens publicitárias convencionais.

Um estudo da Nielsen revela que 94% dos consumidores confiam mais em conteúdo criado por outros utilizadores do que em publicidade tradicional. Esta mudança de paradigma está a obrigar as marcas a repensarem a sua abordagem, colocando o consumidor no centro da sua estratégia de marketing.

O poder da comunidade

Uma das maiores vantagens do CGU é o seu potencial para criar um sentido de comunidade em torno de uma marca. Quando os consumidores se sentem parte de algo maior, estão mais propensos a interagir, a recomendar e a permanecer fiéis.

Vou dar-vos o exemplo da LEGO que eu adoro, a plataforma LEGO Ideas permite que os fãs submetam designs de novos conjuntos. Os projetos mais votados são avaliados pela equipa da LEGO e, em alguns casos, transformados em produtos reais. Este modelo envolve a comunidade, e também gera um fluxo constante de novas ideias sem custo adicional para a empresa.

Outro exemplo maravilhoso é o da GoPro. A marca incentiva os utilizadores a partilharem vídeos captados com as suas câmaras, promovendo os melhores nas suas redes sociais. Esta abordagem reduz os custos de produção e também inspira outros consumidores a criarem e a partilharem o seu próprio conteúdo, criando um ciclo virtuoso de envolvimento.

Como as marcas podem aproveitar o CGU

Embora o CGU ofereça vantagens inegáveis, as marcas precisam de uma abordagem estratégica para maximizar o seu impacto. Deixo-vos com algumas dicas práticas:

1.

Incentivar a participação

As marcas devem facilitar e incentivar a participação dos utilizadores. Isto pode ser feito através de concursos, desafios ou hashtags dedicadas. Por exemplo, a campanha #ShotoniPhone da Apple incentivou os utilizadores a partilharem fotografias tiradas com os seus iPhones, criando uma galeria de imagens autênticas e de elevada qualidade.

2.

Reconhecer e recompensar

Reconhecer os contributos da comunidade é fundamental para fomentar a participação. Isto pode ser feito através da partilha de conteúdo gerado pelos utilizadores nos canais oficiais da marca ou mesmo oferecendo recompensas tangíveis, como descontos ou produtos gratuitos. Este tipo de interação motiva os utilizadores e reforça o relacionamento com a marca.

3

Garantir a autenticidade

Embora seja tentador manipular ou curar excessivamente o CGU, é crucial preservar a sua autenticidade. O apelo do CGU reside no facto de ser real e não polido, refletindo as experiências genuínas dos consumidores. Alterar este equilíbrio pode minar a confiança que os consumidores depositam no conteúdo.

4.

Monitorizar e analisar

Como em qualquer estratégia de marketing, é importante monitorizar e analisar os resultados. Ferramentas como o Hootsuite ou o Brandwatch permitem medir o impacto do CGU, desde o alcance até ao envolvimento. Estes dados ajudam a ajustar a estratégia e a maximizar os resultados.

Exemplos top de CGU

Para percebermos melhor o impacto do CGU, podemos olhar para algumas campanhas que marcaram pela criatividade e envolvimento. Um caso exemplar foi o da campanha “Share a Coke” da Coca-Cola, que substituiu o logótipo da marca por nomes de pessoas nas garrafas.

Este gesto simples incentivou milhões de consumidores a partilharem fotografias com as suas garrafas personalizadas nas redes sociais. Esta ideia gerou um aumento significativo nas vendas e uma imensidão de conteúdo criado espontaneamente pela comunidade.

Outro exemplo foi a campanha da Airbnb, que incentivou os utilizadores a partilharem histórias sobre as suas estadias em propriedades listadas na plataforma. Estes relatos autênticos tornaram-se num poderoso instrumento de marketing, destacando a diversidade e a singularidade das experiências possíveis através do serviço.

Tanto a Coca-Cola como a Airbnb conseguiram transformar os seus consumidores em embaixadores de marca, aproveitando o CGU de forma magistral para criar conexões emocionais e gerar confiança.

O futuro do CGU

Com o avanço da tecnologia, o CGU continua a ganhar terreno e não perde espaço. A inteligência artificial e as ferramentas de análise estão a tornar mais fácil para as marcas identificar e amplificar o melhor conteúdo gerado pelos utilizadores.

Além disso, o crescimento do metaverso promete abrir novas oportunidades para o CGU. Imagine um futuro onde os consumidores criam e partilham experiências de marca em mundos virtuais, expandindo ainda mais o alcance e o impacto do CGU.

Num mundo cada vez mais saturado de publicidade, o CGU oferece uma alternativa autêntica e envolvente. As marcas que conseguirem aproveitar este recurso de forma estratégica estarão melhor posicionadas para construir relações duradouras com os seus consumidores e prosperar num mercado em constante evolução.

Com a chegada de 2025, espera-se que o CGU evolua para criar experiências ainda mais personalizadas e interativas. O foco estará em maximizar a conexão emocional com os consumidores, permitindo que eles interajam e criem serviços e experiências que reflitam os seus gostos e necessidades.

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